Alimentação de um judoca

10-06-2014 16:30

O judo é uma arte marcial desportiva criada em 1882 por Jigoro Kano.

É uma modalidade em que o judoca depende apenas de ele próprio para obter o resultado esperado. Neste desporto os judocas competem em categorias de peso que oscilam entre 44 kg e +90 kg e dividem-se em masculino e feminino.

O combate tem vários assaltos com a duração de 5 minutos sendo que pode terminar mais cedo se um dos judocas conquistar o ippon. O mesmo judoca no dia da competição é possível que tenha mais do que um combate logo deve ter um aporte de hidratos de carbono suficiente de modo a aguentar todo o dia de competição. É importante referir que o judoca tem de adaptar a sua vida ao judo e por consequência a sua alimentação que neste caso é determinante para que não se cometam asneiras de forma a prejudicar a saúde física e mental do atleta.

O judoca na sua maioria durante toda a época treina semanalmente mais ou menos quatro a cinco horas o que o faz ter muita atenção a alimentação pois caso contrario não seria capaz de corresponder as espectativas.

É de referir que sem o acompanhamento certo (nutricionistas), os judocas têm uma alimentação pouco adequada. É muito frequente existirem restrições bruscas de nutrientes e perdas de água exorbitantes para que seja possível perder os quilos a mais, que chegam a ganhar por falta dos nutrientes adequados, antes do dia da competição.

É possível que um judoca 15 dias antes da competição perca cerca de 10 quilos.

Esta perda é tudo menos saudável, pois estes atletas reduzem o consumo de hidratos de carbono e proteínas, sendo que as gorduras são completamente banidas. Chegam mesmo a treinar de casacos para que a perda de água seja maior e também é frequente comerem só alimentos ricos em fibras, o que faz o seu organismo trabalhar bastante para as expulsar. Durante toda a época recorrem com muita frequência a suplementos de emagrecimento e de vitaminas. Apesar deste tipo de práticas serem perigosas para a saúde dos atletas, estas são feitas em idades muito precoces (com cerca de 14 anos). Com este aumento repentino de perda de peso o judoca sofre entre muitos outros de, diminuição do fluxos sanguíneo renal e do volume de filtração sanguínea nos rins, alteração da concentração e de algumas hormonas, diminuição da atividade do sistema imunitário, interrupção temporária do crescimento, redução da eficiência do sistema cardiorrespiratório, alteração do estado de humor, aumento da temperatura corporal e dificuldade na termorregulação e diminuição do desempenho. Este tipo de práticas está presente em judocas que não têm acompanhamento nutricional, sendo estes uma minoria dentro da modalidade.

Para combater estes fatores prejudiciais à vida humana e para longe visar a sua carreira na modalidade, a alimentação diária destes atletas deve ser bastante controlada. Além de satisfazer todas as necessidades nutricionais básicas de cada um, estes atletas têm de se preocupar muito com a balança para não passar do limite no dia da pesagem, da categoria em que lutam. Deste modo, os atletas devem ser acompanhados por um profissional de saúde (de preferência nutricionista) para controlar o peso e a composição corporal (percentagem de massa gorda e massa magra) ao longo de toda a temporada. Desta forma reduz-se a necessidade de perder uma grande quantidade de peso antes das competições.

Um judoca pode perder entre 800 calorias a dois quilos num dia de competição. Mediante estes valores é preciso fazer uma alimentação variada e equilibrada antes da competição, durante e no fim da mesma. Esta alimentação deve ser rica em hidratos de carbono, proteína animal e pouca gordura.

A hidratação (a água) tem de estar presente em todas as fases de uma atleta. Neste caso, o judoca deve ingerir água entre 15 a 30 minutos antes da luta.

A alimentação destes atletas está divida em percentagens: 60% da alimentação de um judoca são hidratos de carbono; 15% da sua alimentação são proteínas (só em alguns casos deve ser maior); 25% da sua alimentação são lípidos e é através deles que os atletas obtêm vitaminas lipossolúveis (A;D;E;K). 5% destes lípidos devem ser de origem vegetal.

É recomendado que cerca de duas horas antes do combate o ideal é consumir pelo menos uma fonte de hidratos de carbono, pois dará energia para gastar durante o combate. O mesmo deve acontecer logo depois da prova, pois é necessário repor as energias no organismo e recuperar os músculos.

As proteínas são nutrientes muito importantes. Não devem ser consumidas muito próximo do início da competição, uma vez que têm uma digestão mais lenta e podem atrapalhar o rendimento. De igual modo, os alimentos que contêm gorduras não devem ser consumidos antes da competição.

Os lípidos têm uma função energética e é através deles que os judocas obtêm as vitaminas lipossolúveis (A;D;E e K). Os alimentos com maior teor em gordura (animal ou vegetal) devem ser consumidos com moderação e sempre acompanhados com um alimento rico em fibras. Desta forma reduz-se o risco duma maior absorção, o que faz com que não ocorra o armazenamento de gordura no organismo. Nos dias que antecedem uma prova de judo é importante reduzir o consumo de alimentos que provoquem a formação de gás intestinal, tais como: leguminosas secas (feijão, grão, lentilhas), leguminosas frescas (ervilhas, favas), milho e couves. Do mesmo modo o atleta também deve evitar os alimentos “estranhos” ao organismo, ou seja, alimentos que o atleta nunca tenha experimentado e que pode desenvolver alguma intolerância ou alergia.

Na preparação para uma prova de judo, os atletas não devem perder mais do que 2% do peso corporal (no máximo 1 kg por semana) e durante esse processo a dieta deve ter uma boa percentagem de hidratos de carbono (60%).

Numa prova de judo, os assaltos (embora sejam de curta duração) vão-se repetindo ao longo do dia e pode ocorrer fadiga devido à má alimentação. A fadiga pode ser a nível muscular ou a nível cerebral ou até ambas.

O que faz com que o descanso seja um bom aliado da alimentação.

Ana Rita Oliveira